Cartilagem artificial promete cirurgias de joelho menos invasivas

Cientistas da Universidade Duke, nos Estados Unidos, desenvolveram um material com propriedades similares às de tecidos de cartilagem humana que promete ajudar pacientes com lesões ou desgastes no joelho. Trata-se de um hidrogel composto por três espécies de polímeros capazes de absorver água.

De acordo com o Science Alert, um dos polímeros tem forma similar a um fio de spaghetti e se entrelaça com um segundo material menos flexível. Os dois produtos são envoltos por um terceiro polímero constituído de fibras de celuloses responsável por garantir toda a estrutura compacta.

Quando o hidrogel é esticado, o terceiro polímero garante que o material fique intacto. Em casos que a substância é comprimida, os dois polímeros interiores se repelem e retêm água para que o hidrogel possa retomar sua forma original posteriormente. "Apenas essa combinação dos três componentes é [ao mesmo tempo] flexível e rígida, portanto, forte", disse o cientista de materiais Feichen Yang, coautor do estudo.

Para os pesquisadores, o material ainda apresenta uma vantagem de aplicação. Atualmente, já existem cirurgias que permitem a substituição do tecido cartilaginoso do joelho por outro materiais. Esses procedimentos, entretanto, envolvem intervenções bastante invasivas e longos períodos de recuperação. Além disso, os materiais duram somente, em média, 20 anos.

Em muitas cirurgias, é necessário intervir em toda a ligação do joelho. Porém, segundo os cientistas, o hidrogel poderá ser aplicado para substituir apenas as partes realmente danificadas ou desgastadas.

Testes
A cartilagem artificial já foi submetida a testes de resistência. Os pesquisadores afirmam que o produto passou mais de um milhão de simulações de compressão e apresentou uma boa resistência ao desgaste e se mostrou mais durável do que cartilagens artificiais já aprovadas para operações em outras partes do corpo.

Entretanto, ainda levará aos menos três anos até que o uso do hidrogel possa ser autorizado por órgãos regulatórios norte-americanos. A toxicidade da substância foi testada somente em células cultivadas em laboratório. Em breve, os cientistas devem iniciar experimentos de transplante em ovelhas para atestar a segurança do produto.

Os experimentos e as propriedades do produto foram descritos em artigo científico publicado na revista Advanced Functional Materials

fonte: Olhar Digital, com informações da ScienceAlert (escrita por Nictor Pinheiro)?
imagem: BrianAJackson, por envatoelements



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