Atenção à saúde deles: a importância do checape masculino

Os homens costumam ir ao médico apenas quando estão com sintomas anormais. Especialistas explicam a importância de manter os cuidados em todas as fases da vida

Diferentemente das mulheres, os homens costumam ficar sem atendimento médico por muitos anos. Enquanto as meninas procuram acompanhamento ginecológico desde cedo, os meninos não têm o hábito de ir a um especialista. Mas, assim como elas, eles precisam de checape anual e de acompanhamento médico.

Culturalmente, eles se procuram um médico quando acontece algum problema com a saúde. Por conta desse hábito, os diagnósticos são feitos tardiamente e o tratamento das doenças, em fase mais avançada. Segundo Rodrigo Carvalho, médico urologista da Clínica Andros, estima-se que 30% dos homens não vão ao urologista. Ainda de acordo com ele, na nossa sociedade, o homem não tem o hábito de se cuidar. Por isso, a Sociedade Brasileira de Urologia vem trabalhando por meio do programa #VemproUro para levar os adolescentes do sexo masculino ao médico. “Mas essa luta deve ser de toda a comunidade. Acredito que a orientação que começa em casa é o melhor caminho.”

A ida ao urologista não deve ser apenas após os 40 anos. Rodrigo explica que adolescentes e jovens adultos também devem estar atentos aos cuidados. Em um primeiro momento, a consulta será para avaliar o desenvolvimento da puberdade e orientar quanto às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

Ele explica que, além disso, é feita uma avaliação sobre doenças que têm aumentado a incidência nas faixas etárias, como obesidade e depressão. “Há, ainda, a investigação de doenças em estágio inicial, que seriam diagnosticadas tardiamente, e orientação de vida saudável com exercícios físicos e dieta balanceada”, explica.

Além do médico urologista, os homens precisam estar com cardiologista, exame físico, de sangue e ultrassonografias em dia. Com base nos achados dos exames, queixas e fatores de risco, como tabagismo e sedentarismo, ele é encaminhado a outros especialistas, se for o caso. Com acompanhamento médico e uma vida saudável, é possível prevenir doenças e fazer diagnóstico precoce do câncer de próstata, por exemplo.

De acordo com Nilson de Castro Correia, oncologista da Oncoclínicas Brasília, é importante a orientação quanto aos cuidados com a saúde desde a infância. Os dois principais pilares — alimentação saudável (com frutas, vegetais, grãos e pobre em gorduras saturadas) e atividade física — promovem saúde, crescimento e desenvolvimento.

Crianças que realizam atividades físicas, mesmo que não sejam sistemáticas, mas nas brincadeiras, acabam tendo uma maior adesão à prática regular na idade adulta. A associação de atividade física e boa alimentação, além de melhorar a qualidade de vida, reduz o risco de obesidade, de doenças cardíacas e acidente vascular cerebral.

Esses hábitos também reduzem a incidência de câncer ou mortalidade nos pacientes que tiveram a doença. Um dos tumores em que esses dados são mais robustos é o de intestino. Em pelo menos três estudos de uma meta-análise de seis, a redução de mortalidade, por conta do diagnóstico precoce, foi de 43% a 61%.

O tabagismo também é outro grande risco à saúde. Aumenta a mortalidade por doenças cardiovasculares, além de ser um dos principais carcinógenos conhecidos, sendo responsável por até 90% dos casos de câncer de pulmão. No idoso, hábitos saudáveis retardam ou evitam os processos relacionados ao envelhecimento, como redução do equilíbrio e da mobilidade, das capacidades fisiológicas (respiratória e circulatória) e modificações psicológicas (maior vulnerabilidade à depressão).

De acordo com Nilson de Castro Correia, oncologista da Oncoclínicas Brasília, é importante a orientação quanto aos cuidados com a saúde desde a infância. Os dois principais pilares — alimentação saudável (com frutas, vegetais, grãos e pobre em gorduras saturadas) e atividade física — promovem saúde, crescimento e desenvolvimento.

Crianças que realizam atividades físicas, mesmo que não sejam sistemáticas, mas nas brincadeiras, acabam tendo uma maior adesão à prática regular na idade adulta. A associação de atividade física e boa alimentação, além de melhorar a qualidade de vida, reduz o risco de obesidade, de doenças cardíacas e acidente vascular cerebral.

Esses hábitos também reduzem a incidência de câncer ou mortalidade nos pacientes que tiveram a doença. Um dos tumores em que esses dados são mais robustos é o de intestino. Em pelo menos três estudos de uma meta-análise de seis, a redução de mortalidade, por conta do diagnóstico precoce, foi de 43% a 61%.

O tabagismo também é outro grande risco à saúde. Aumenta a mortalidade por doenças cardiovasculares, além de ser um dos principais carcinógenos conhecidos, sendo responsável por até 90% dos casos de câncer de pulmão. No idoso, hábitos saudáveis retardam ou evitam os processos relacionados ao envelhecimento, como redução do equilíbrio e da mobilidade, das capacidades fisiológicas (respiratória e circulatória) e modificações psicológicas (maior vulnerabilidade à depressão).aQuando e qual médico procurar?
Para a maioria dos pacientes jovens não há necessidade de checape anual, porém a avaliação inicial varia conforme a presença ou não de comorbidades familiares. Por isso, Nilson de Castro Correia, médico oncologista da Oncoclínicas Brasília, afirma que os dois pilares da saúde de qualidade são: o tratamento adequado de doenças existentes e os cuidados preventivos para evitar o declínio futuro da saúde.

Homens jovens
Na adolescência, é feita a avaliação da puberdade e o desenvolvimento do jovem, além de orientação contra DSTs e avaliações gerais, como obesidade e depressão, que têm aumentado a incidência nessa fase.
A avaliação para doenças cardiovasculares deve ser iniciada aos 20 anos, a cada três anos. Para hipertensão arterial (HAS), essa avaliação deve começar aos 18 anos de idade. Essa avaliação periódica, anual ou a cada três anos, reduz o risco de doenças relacionadas a HAS, como o infarto agudo do miocárdio, o acidente vascular cerebral e a doença renal crônica.
Para hiperlipidemia (colesterol elevado), a primeira avaliação deve ser realizada aos 17 anos de idade. Se o resultado for normal e o paciente não tiver comorbidades, as avaliações seguintes deverão ser realizadas periodicamente a partir dos 25 anos. Como parte da análise inicial para doença cardiovascular, também deve ser observada a presença ou não de diabetes tipo II, principalmente de indivíduos obesos ou com sobrepeso, ou seja, IMC de 25kg/m2.

Homens adultos
A principal incidência de tumor no homem é o de próstata, que deve ter uma avaliação anual iniciando aos 40 anos de idade com a dosagem do antígeno prostático específico (PSA) e o toque via retal da próstata.
Essa avaliação pode ser mais precoce quando houver história familiar de mutação de BRCA1 e BRCA2 (provoca câncer de mama e ovário nas mulheres). O Segundo tumor mais comum no homem adulto é o de intestino, que deve ser avaliado, inicialmente, aos 45 anos de idade por meio de colonoscopia a ser realizada a cada cinco ou 10 anos.
Outro tumor comum é o de pulmão. Todo indivíduo com alto risco de câncer de pulmão, isto é, tabagista ou que tenha cessado o cigarro há menos de 15 anos e/ou com doença pulmonar crônica, deve realizar uma tomografia de tórax de baixa dosagem anualmente.

Homens idosos
Aos 50 anos, recomenda-se começar o rastreio do câncer de pulmão se tiver histórico de doença pulmonar e/ou tabagismo. Tanto o câncer como as doenças cardiovasculares são mais prevalentes no idoso. Por isso, os cuidados devem dobrar na idade adulta. O rastreio prematuro promove maior prevenção e tratamento das doenças.

Sem preconceito
O oncologista Nilson de Castro Correia alerta que os homens precisam vencer a barreira do preconceito e da cultura machista. O toque retal é um exame relativamente simples e muito rápido (em torno de 10 segundos) cuja indicação será discutida com o urologista. “Não precisa ter sintomas para procurar o médico, pois os tumores na fase inicial são assintomáticos”, adverte.

Palavra do especialista
Na infância, o menino passa pelo pediatra. Na adolescência, geralmente não têm mais acompanhamento médico. O que fazer para manter o acompanhamento da saúde dos meninos durante a puberdade?
É um período de muitas mudanças relacionadas ao crescimento, caracteres sexuais secundários, reorganização psíquica, peculiaridades afetivo-sexuais e comportamentais. Nesse intervalo, é fundamental o vínculo de confiança do adolescente com o médico, uma vez que muitos vão à consulta contra a própria vontade. Para que esse vínculo ocorra ou seja mantido, o ideal é que esse segmento seja feito pelo próprio pediatra. A capacidade técnica do médico é fundamental, muitas vezes agindo como intermediador, apaziguando conflitos. O profissional deve sempre lembrar ao adolescente que ele tem direito ao sigilo quanto aos seus segredos médicos (por exemplo: namoro, iniciação sexual, orientação sexual), excluindo-se os casos de risco à saúde ou à integridade de vida do cliente ou de terceiros (qualquer tipo de violência, uso escalonado de drogas, autoagressão, sorologia positiva para HIV, não adesão ao tratamento e presença de doenças graves).

Meninos devem ir ao urologista durante a puberdade, assim como as meninas costumam ir ao ginecologista durante a adolescência? Por quê?
Sim, porque nessa fase começa o desenvolvimento sexual masculino e surgem muitas dúvidas que os meninos não têm oportunidade de esclarecer. Por exemplo: tamanho do pênis e do testículo, presença de fimose. É importante que sejam esclarecidos sobre o ato sexual em si, presença de doenças sexualmente transmissíveis, uso de preservativos e como usá-los. Também é importante a orientação quanto à vacinação contra o HPV, que é fundamental para prevenção de câncer de orofaringe, de pênis e de canal anal (principalmente no subgrupo de homossexual masculino). A vacinação do homem contra o HPV acaba protegendo de forma indireta as mulheres contra os tumores relacionados ao vírus, principalmente o câncer de colo uterino.

Nilson de Castro Correia é médico com especialização em clínica médica e oncologia clínica, mestrado em biotecnologia médica pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) e oncologista da Oncoclínicas DF.

Fonte:correiobraziliense.com.br



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